Por que empresas querem depender menos do marketplace?

30 novembro 2020
Vender em marketplace é uma decisão que pode comprometer a perpetuação dos micro e pequenos negócios em longo prazo. Isso se deve ao fato de que grandes marketplaces cobram uma taxa sobre as vendas realizadas em seu domínio. Se essa taxa por transação financeira não fizer parte do planejamento financeiro do micro e pequeno negócio, poderá afetar toda a empresa.

Da mesma forma que o crescimento do marketplace começou no exterior, com as gigantes Amazon e Ebay por exemplo, seu desenvolvimento no Brasil acompanhou a expansão das vendas on-line por meio da internet.

O marketplace no Brasil tem atingido resultados expressivos que, cada vez mais, confirmam se tratar de uma realidade e não apenas de uma tendência. O boom do comércio eletrônico (incluindo e-commerce) aconteceu em 2018, quando houve um faturamento de R$ 53,2 bilhões correspondendo a uma alta de 12% se comparado a 2017, segundo Ebit | Nielsen.

O consumidor brasileiro já está tão habituado com as compras em marketplaces que, segundo a PwC e UPS, 95% das pessoas utilizam esse canal para realizar compras pela internet. O fechamento das lojas devido a pandemia da covid-19 tem grande influência nesse resultado, pois, comprar on-line acabou se tornando uma alternativa viável para continuar consumindo com a segurança necessária.

Dentre as 150 mil novas lojas on-line que foram abertas entre março e julho de 2020 no Brasil, 80% delas estão em marketplaces, segundo a ABComm

Só no primeiro semestre de 2020, o comércio eletrônico teve um crescimento de 47% quando comparado com o mesmo período de 2019. O pico das vendas está diretamente ligado ao maior nível de isolamento social no país, entre abril e junho, cujo faturamento foi 70% maior se equiparado com o mesmo intervalo de 2019. Para ter ideia, R$ 30 bilhões do faturamento do primeiro semestre de 2020 pertencem a empresas que começaram a vender por meio de marketplaces; ou seja, 56% a mais que a mesma época em 2019.

Segundo a 42ª edição da pesquisa Webshoppers – estudo sobre e-commerce do Brasil elaborado semestralmente pela Ebit | Nielsen, em parceria com a Elo – , o marketplace representa 78% do faturamento de todo o comércio eletrônico.

Para o SEBRAE, o marketplace acabou se tornando o principal canal de vendas para microempreendedores individuais (MEIs), microempresas e empresas de pequeno porte que têm pouco ou nenhum orçamento disponível para estruturar uma loja própria na internet. Considerando que marketplaces como Amazon, Magazine Luiza, Mercado Livre, Americanas etc. podem ser uma grande alternativa para os micro e pequenos negócios por serem plataformas/sites/marketplaces já consolidados(as) no mercado e com toda a estrutura tecnológica a disposição.

Por que empresas querem depender menos do marketplace?

Mesmo com a vantagem de poder hospedar uma loja dentro de um marketplace e diminuir custos com contratação de pessoas para desenvolver um e-commerce, por exemplo, vender nesse canal é uma decisão que pode comprometer a perpetuação dos micro e pequenos negócios em longo prazo. Isso se deve ao fato de que grandes marketplaces cobram uma taxa sobre as vendas realizadas em seu domínio. Se essa taxa por transação não fizer parte do planejamento financeiro do micro e pequeno negócio, poderá afetar toda a empresa.

Vender muito no marketplace pode não trazer o resultado financeiro que vai equilibrar as contas da empresa no fim do mês, por exemplo. Por isso, é necessário estudar com cuidado a viabilidade desse canal de venda na estratégia do negócio.

Em uma pesquisa da Accenture e da GEODIS, foi constatado que 59% das empresas europeias dependem de marketplaces para vender. Nos EUA, esse dado é de 46%. Assim como no Brasil, também houve crescimento nas vendas em marketplaces na Europa: passou de 28% antes da pandemia para 38% durante ela.

Apesar desse resultado positivo, 64% das empresas do velho continente têm como prioridade depender menos do marketplace nos próximos 6 meses. As altas taxas pagas aos marketplaces são mencionadas como o maior desafio para 51% das marcas nos próximos 18 meses, segundo a pesquisa.

Para 77% das empresas estadunidenses e 56% das europeias, o objetivo é concentrar cerca de 20% das vendas em um canal próprio de e-commerce – atualmente, entre 5 e 8% das vendas são feitas nos próprios sites das marcas.

“A pesquisa mostra que as marcas estão cientes do fato de que melhorar suas capacidades de logística omnichannel, como a experiência do cliente – por meio da personalização de opções de entrega e rastreamento ou capacidade do cliente de modificar pedidos, por exemplo – é essencial e urgente se eles quiserem alcançar este objetivo”

Sohel Aziz, diretor-gerente da Accenture Interactive. (traduzido pelo Google, trecho original disponível aqui)

Apesar de a realidade brasileira e a europeia serem diferentes, integração e organização são fundamentais para equilibrar e regular a capacidade logística em qualquer cenário.

Não adianta estar em vários marketplaces se não há uma visão centralizada das informações; por isso a necessidade de haver integração com ferramentas de gestão. Assim, ficará mais fácil para organizar o estoque e otimizar todo o processo da cadeia logística.

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Por onde começar

Quando determinado produto é muito vendido, é fundamental que um estoque mínimo seja estabelecido para garantir um estoque em tempo real e, se necessário, providenciar uma compra nova com fornecedores. Desta forma, ao observar períodos de pico nas vendas on-line, ficará mais fácil fazer a gestão de fluxo de caixa do negócio.

Neste contexto, a gestão financeira é uma forte aliada para manter as contas do negócio sob controle ao considerar em quais marketplaces a performance da empresa tem os melhores resultados. E, se for o caso, cancelar a participação em determinados canais de vendas e investir em outros mais adequados.

Uma ferramenta de gestão financeira permite um controle maior de cancelamentos e chargebacks, baixa automática da antecipação de recebíveis e como as taxas afetam o fluxo de caixa e, por consequência, a rentabilidade do negócio.

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